30 de dezembro de 2007

25 de dezembro de 2007

Fragmento_20

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19 de dezembro de 2007

Errante

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13 de dezembro de 2007

À flor da pele

O que será que me dá? Que eu não faço nada. E morro de medo. E enfrento com toda a coragem do mundo. Tudo ao mesmo tempo. De uma só vez. Que me bole por dentro, será que me dá? Que me dá enjôo. Fome. Deixa a boca seca. Que dói. E ainda assim é muito bom. Que brota à flor da pele, será que me dá? Um frio que esquenta as mãos. As mãos geladas. Os nós dos dedos brancos. A falta de um par. E que me sobe às faces e me faz corar. Fingir o sorriso. Baixar o rosto. Tentar esconder a vergonha pelo silêncio. E que me salta aos olhos a me atraiçoar. Não há óculos que esconda a luz. Nem miopia de desfoque a certeza. A verdade. O espelho. E que me aperta o peito e me faz confessar. Estou aqui. Gritando. Por favor, ouça. Todos os dias eu espalho aos quatro ventos meu amor. O que não tem mais jeito de dissimular. Desisti de ser cinza. Quero todas as cores declarando meu sonho livre. Meu amor solto. Meu riso em paz. E que nem é direito ninguém recusar. Me aceite. Me receba. Eu te farei livre. E você será meu Oberon.


O que será (À flor da pele) - Chico Buarque/1976 - Para o filme Dona Flor e seus dois maridos de Bruno Barreto


Vocês Trazem alegria para esta casa.

10 de dezembro de 2007

Puro rock’n’roll

As linhas cheias. E eu acreditando que assim o coração esvazia. Mais linhas cheias em seqüência. Repetem-se os dias, as dores e os suspiros de mão no queixo. Mudam as páginas e as tintas. As manias de toda a vida que começaram ontem. A eterna instabilidade. Eu, tão previsível.

Maldizer o amor de sempre. E nunca fazer nada pra mudar. Mudar todos os dias pra manter a ilusão e não maldizer mais nada.

Prefiro setembro azul que dezembro cinza. É ano novo, os dias voam. Todas as vitrines vendem felicidade. Sou mais vestido de algodão. Chinelos. Odeio celular. E nunca receber as ligações que eu queria.

Devo continuar esperando o desenrolar do tempo? Ou não? Eu não.
A saudade do porvir na minha janela parece um mensageiro dos ventos. E eu adoro essa música.

Fiz esta canção - zeca baleiro e mathilda kóvak/2005

Vocês trazem alegria para esta casa.

4 de dezembro de 2007

CANSEI!

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1 de dezembro de 2007

Nascituro

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30 de novembro de 2007

Piegas


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Antropotrágico

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28 de novembro de 2007

Retalho_07

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Bem querer

E eu, de tanto amor por um liquefeito. De antes ser cascata, ou rio, ou o mar inteiro. Eu de tanta chuva. Hoje sertão. Caatinga. Terra seca. Chão rachado. Nada. Nem uma gota. Acabou-se qualquer indício de umidade. Eu, de rosto molhado. De nariz vermelho. De visão embaçada (não pela miopia). Hoje seca. De um pó fino e leve, uma cinza de outra cor que me espalha através do tempo. Seca. E não há nó que me comova. Nem nós dos dedos que foram juntos. Nem juntas todas as outras histórias tristes de uma vida que não é mais minha.


De tantas voltas, minha saia gira e meu corpo voa. De muito pouco peso. Quase pólen, quase nada. Semeio as letras e colho versos de rir. Rir sim. Chorar não mais. Outros tempos, esses de ter lágrimas. Hoje eu tenho mais é gérbera no jardim e música na alma. Não sei se isso é ganho. E o porvir não vai me esperar nunca. Cansei um pouco. Cansei do pouco. E começar de novo, mais uma vez e sempre... começar... talvez o início também não me espere. Começar. Talvez do início. Talvez de onde eu parei. Agora, uma inércia assustadora me convida ao nada. Eu quero é me perder.


Sou mais sonho. De uma cama fluida, quase água. De amor tanto, quase vento. De vontade pouca. E de pedra. A mão no queixo, a cabeça torta. Os olhos vagos... de esperar. De nunca fazer. De ameaçar o amanhã todos os dias. De vontade. De apagar a luz, fechar a porta e abrir o gás. De esperar a vontade passar e começar de novo. E de pensar em começar me canso. Aceito o convite. E por mais que eu me perca. Ainda, a saudade. Ainda há saudade.
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*(Bem querer - Chico Buarque/1975)
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Vocês trazem alegria para esta casa.

Retrato_03

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